30.6.15

Leituras de junho

Tempo de vacas magras, meu povo. 

Minhas leituras estagnaram na cabeça louca de Virginia Woolf.

27.6.15

Anotações aleatórias #2

Combinações mágicas:

1) Rímel e demaquilante – é ótimo ter cílios que aguentam chuva, mas é ainda mais maravilhoso passar o algodão e sair tudinho.

2) Chocolate e amendoim – não sou nenhuma chocólatra, mas acho que essa é uma das melhores combinações.

3) Promoção e frete grátis – porque não bastar ter desconto, e produtos com a metade do preço, se o frete não compensar.

21.6.15

5 séries para assistir

É quase uma série "pra macho". Em todos os episódios têm alguma garganta cortada, algum bucho furado, muita luta e sangue espalhado. Têm também prostitutas, cenas de sexo a dois ou a três, peitos, bundas, alguns pênis de relance, homens e mulheres enchendo a cara, piratas confabulando e gente passando a perna nos menos espertos. A primeira temporada foi morna, apesar da coleção de personagens interessantes, mas a segunda veio para quebrar velas e mastros. Espero que a série se torne mais conhecida e mais gente perceba o potencial dela.



Primeira coisa que posso dizer: a fotografia é maravilhosa. Segunda: é uma série policial, baseada nos livros de Ann Cleeves e se passa na ilha de Shetland, na Escócia (a produção é uma parceria entre a BBC1 e a BBC Scotland). O lugar é tão bonito que a série nem precisa se preocupar em gastar dinheiro com cenários elaborados. Aliás, tudo nela é simples e lindo, como as séries britânicas sabem ser. Gosto do ator que faz o detetive Jimmy Perez, do suspense dos episódios e do sotaque escocês. Mais uma coisa: Shetland era uma minissérie de dois episódios, porém, como a audiência foi muito boa, ganhou uma segunda temporada com seis episódios e uma terceira que está sendo produzida.



Quando surgiram as primeiras notícias sobre essa série, achei que seria mais uma produção sem graça e com potencial para ser cancelada na primeira temporada. Mas a curiosidade me venceu e a história dos cem jovens enviados para uma Terra pós-apocalíptica se tornou uma das minhas favoritas. Apesar de ser produzida pela CW, os episódios são tão rápidos e cheios de ação que mal sobra espaço para cenas de amor ou triângulos amorosos. As mocinhas chatas e dramáticas, comuns em outras séries do canal, não existem. Ao contrário, as mulheres são fortes, tomam decisões importantes e matam se for preciso. Há muitas lutas por sobrevivência, questões políticas e morais, personagens que estão o tempo todo arrebentados, esfolados, sujos, torturados, em perigo ou em guerra. Como li certa vez num comentário feito nesses sites de resenhas, “a série é tão boa que nem parece da CW”.



Se MMA virou modinha e até minha tia gosta, por que não ter uma série sobre? E por que não mostrar que o irmãozinho Jonas cresceu e ficou gostoso? Pois é. Kingdom tem luta no octógono, tem supercílio estourado, tem trilha sonora boa, tem atores bonitos. Mas se não quiser passar por momentos constrangedores, não assista com mãe, pai, irmão, cachorro, papagaio. Cena ou outra, sempre aparece mulher pelada, homem pelado, gente transando, alguém cheirando pó, fumando maconha, enchendo a cara, falando palavrão – aliás, é o que mais falam. Também tem várias doses de violência e relações conflituosas. Resumindo: a série é delicada como um direto, mas vale a pena assistir. ps: I love you, Jay!



hello, Jay!

É uma série médica, ambientada em 1900, que acompanha a rotina e os problemas do The Knickerbocker Hospital. Nos primeiros episódios dá vontade de largar, por causa da vagareza da história, só que existe alguma coisa no Dr. Thackery (e na cabeça alucinada dele) que te convence a continuar – no entanto, se você for sensível a sangue, vísceras ou clima de hospital, passe longe. Também evite comer se não quiser surpresas desagradáveis (principalmente com os modernos procedimentos médicos da época). O que mais posso falar? A trilha sonora é toda eletrônica, os personagens, mesmo os aparentemente comportados, fazem coisas moralmente erradas e todo mundo tem os seus segredos. 




Uma série que você pode assistir com a sua mãe, com o seu amor ou com aquele seu primo chato. Mesmo adaptando uma história tão conhecida, a série é bem produzida, possui cenários bonitos, bons atores, boas atuações e sotaque inglês alegrando nossos ouvidos. Ah, e sem esquecer a delicinha do Aramis ♥



10.6.15

Desapego voluntário

Desde que começaram os burburinhos sobre o livro mágico da Marie Kondo, fiquei curiosa e com vontade de ler também. Coisas que envolvam organização, minimalismo e dicas para limpar a casa (meus olhos brilham na seção de produtos de limpeza no supermercado) me interessam. 

Não tenho problemas para me desfazer de roupas, acessórios ou utensílios de casa. Até brinco com a minha mãe dizendo que ela não consegue se livrar das tralhas porque nunca precisou se mudar (tenho uma tia que já mudou de casa seis vezes). Porém, de tudo o que aprendi sobre organização, a parte mais difícil foram os livros. Eu sou uma leitora consumista. Para mim, não basta ler muitos livros, tenho que comprar muitos também. 

Com o passar do tempo, claro, minha estante começou a ficar pequena. A solução era separar alguns exemplares para guardar em caixas ou comprar uma estante maior. Foi quando percebi que eu jamais voltaria a ler os romances do ensino fundamental, os livros que estavam amarelados e, muito menos, os livros que eu não tinha gostado. 

Separei tudo, coloquei numa sacola e espalhei numa praça da cidade – como naquelas campanhas de bookcrossing. Confesso que vindo de mim foi uma atitude bem radical, mas eu não queria que os meus livros mofassem num sebo. Eles haviam sido importantes para mim, me levaram conhecimento e diversão. 

Além disso, me lembrei de quando eu era uma garotinha que aproveitava o recreio ou os dias de trabalho em grupo para pegar livros na biblioteca da escola. (Tinha que procurar num catálogo preto bem grosso, ainda escrito à mão, e depois pedir para a mulher que cuidava do lugar). Nessa época os livros não eram tão acessíveis, não existiam lojas virtuais com promoções malucas e até mesmo ter um computador em casa – quanto mais internet – era algo incomum.

Ainda não é uma tarefa fácil, mas penso em quantas garotinhas e garotinhos eu poderia ajudar doando os meus livros. Quantas crianças sem condições poderiam encontrá-los e aprender um pouco mais. Quantas pessoas poderiam se desligar um pouco da realidade e se divertir com uma boa leitura. Ou quantas pessoas se sentindo sozinhas, como várias vezes me senti, poderiam descobrir nos livros uma companhia.

6.6.15

Aos nossos colaboradores

Não entendo por que as empresas privadas gostam de chamar os funcionários de colaboradores. Se os diretores dissessem que não poderiam mais pagar o salário, aposto que nem 5% dos tais colaboradores aceitariam trabalhar de graça só para “colaborar com a empresa”. Eu não sou uma colaboradora. Nunca fui uma colaboradora – mesmo que o jornalzinho interno me considerasse. Sou apenas uma funcionária que vende tempo útil em troca de contas pagas no final do mês. Quando eu colaboro é com o meio ambiente, com as campanhas de conscientização, com a previdência social. O resto é erro de classificação.